(do meu livro «Meu mundo 'cá dentro'»)
Andamos, tu e eu, aos arremessos,
nos nossos sentimentos aos tropeços,
incapazes de nos reencontrarmos.
Caminhamos na vida, solitários;
juntos, na mesma casa, solidários
com a tristeza, sem nela repararmos.
Esquecemos os acontecimentos,
que nos fizeram passar belos momentos,
crescimento dos filhos e outros mais.
A casa, tudo nela me recorda
o passado, que agora não importa.
Parecemo-nos com milhões de casais.
Estou viva. O meu trabalho não entendem.
O mundo apressa-se, e não compreendem;
vêem apenas a ponta do nariz.
Estou morta. O teu trabalho, se decide
fora de casa; toda a gente convive.
Dentro de casa, escrevo poema infeliz.
Contradições em remoinho, vão sugando
toda a alegria do meu rosto, retirando
anos de vida. No meu fraco entender,
bem longe, outras vidas, outra gente,
(outros problemas também), mas diferente.
De novo à luta, para vencer ou morrer.
Os filhos já criados, é visível
que ninguém é insubstituível;
os sonhos, não morreram, só cresci.
Desejo ir-me embora pra bem longe...
deixar de me sentir qual 'freira-monge'...
e o conforto do lar... me prende aqui!
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26/02/2002
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958
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